Incrementando

#107Os fatores externos, ou seja, a economia interfere nos resultados dos negócios?

Os fatores externos, ou seja, a economia interfere nos resultados dos negócios?

Eu já escrevi algumas vezes que, de modo geral, somente aquelas empresas que precisam vender para “todo mundo” tendem a ter desempenhos parecidos com aqueles números dos índices econômicos que costumam ser publicados pela mídia (PIB, inflação etc.).

Por que? Será que num PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos em um país) de aproximadamente R$ 6 trilhões não há oportunidades para nossas empresas gerar um volume de negócios suficiente para conquistar resultados prósperos? Eu tenho convicção que sim. Quanto sua empresa precisa faturar num ano para gerar lucros que possibilitem investir, cobrir a variação da NCG (Necessidade de Capital de Giro), formar reservas e distribuir? Uns R$ 200 milhões?

Isto representa 0,003% da nossa economia. Se for o dobro, 0,006%. Enfim, exceto para as empresas gigantes (GM, P&G etc.), que precisam que os 207 milhões de brasileiros consumam seus produtos, para as demais esses fatores externos afetam muito pouco. Até porque, como podemos explicar o fato de que neste ano de 2017 vários negócios deverão apresentar um aumento dos seus faturamentos maior do que os 0,5% a 0,7% do que deverá ser o crescimento do PIB? A resposta: gestão e inovação. A minha opinião sincera, estes dois fatores representam 95% ou 98% dos resultados de qualquer empresa.

Porém, não estou dizendo que devemos ignorar completamente esses fatores. O que precisamos é entender qual o papel deles nos nossos negócios, já que eles afetam o comportamento e os hábitos de consumo das

pessoas. O que devemos fazer, é um exercício para entender como afetarão as necessidades, desejos e anseios dos nossos clientes. O que é normalmente chamado de construção de cenários. E, a partir daí se preparar para essa nova realidade futura. Temos que identificar as construções e mudanças necessárias para continuarmos fazendo diferença na vida das pessoas: clientes e colaboradores.

Pode ter alguém dizendo que: “…tudo isto não serve para mim, porque estou inserido no mercado varejista de vestuário, e este, segundo dados da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) só crescerá 2% este ano”. Então pergunto: por que a Lojas Renner, segundo o portal da Isto É Dinheiro, no acumulado de janeiro a setembro de 2017 já havia crescido 15% em relação ao mesmo período do ano anterior? Muito bem, em qualquer segmento é possível encontrarmos exemplos parecidos. Nós, consultores da INCREMENTAL, constatamos que todos os nossos clientes que “cuidaram” das suas empresas, e construíram algo importante para continuar fazendo diferença na vida das pessoas, melhoraram seus resultados.

Para concluir vou parafrasear a música do Titãs que diz: “Devia ter amado mais…Devia ter me importado menos com problemas pequenos…”, nós temos que tomar providencias para que nas nossas empresas a gente não cante: …devia ter conhecido mais (clientes e colaboradores), ter entendido mais, ter me aproximado mais…devia ter me preocupado menos com a economia do país, ter me justificado menos, ter responsabilizado menos os fatores externos pelos maus resultados da minha empresa”.

 

Índices de agosto a outubro de 2017
 
Lucratividade
Total Industria
Varejo Serviço
Liquidez
Total Indústria Varejo
 
*Quando se obtém prejuízo, não são calculados indicadores onde o denominador é o resultado operacional. Isto porque o objetivo destes é demonstrar a utilização do lucro. Isto é, quanto deste foi alocado em investimento operacional (variação da NCG), e/ou em outros investimentos (valores que nesses gráficos podem ser observados através da diferença entre formação de caixa total e operacional) e/ou fica retido no caixa.

Exceto o segmento da Prestação de Serviços cujo lucro médio das empresas cresceu em outubro, os outros dois permaneceram semelhantes ao longo do trimestre. Uma questão que continua chamando a atenção é a inadimplência. Entendo que as empresas precisam ser mais assertivas.