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Como líderes e gestores podem interferir no caixa.

Este Incrementando foi criado como um meio para vivermos nosso propósito:

HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.



Ao longo dos meus quase vinte anos de trabalhos de consultoria em empresas de médio e pequeno porte, eu constatei que normalmente as lideranças das empresas tem conhecimento de que suas ações para vender mais e gastar menos interferem diretamente nos resultados do negócio. Porém, nem todos tem a clareza de que o foco em vender mais, com as melhores margens possíveis, e aplicar recursos e competências (despesas) de tal forma que agregue o máximo de valor para o cliente, que tudo isto afeta somente os resultados econômicos, cujo principal indicador é o lucro.

 

Gestores de uma empresa também precisam se preocupar com a administração dos prazos, já que nos negócios existem duas dinâmicas que são afetadas diretamente pela gestão dos tempos: física e financeira. A primeira, como o próprio nome diz, está relacionada com a movimentação física dos itens, e funciona da seguinte maneira: a matéria-prima (mercadoria de revenda ou insumo para prestação de serviço) é comprada e vai ficar algum tempo – por exemplo, 60 dias – no estoque (para indústrias, inclui o processo de produção) até que a mesma seja vendida a um cliente. Isto significa que, quanto maior o prazo em que o material fica “parado” nos estoques, mais tempo demora para ser faturado e, a não ser que sua empresa receba antes de entregar, levará mais tempo também para o dinheiro entrar nas contas da empresa. Diante disto, os responsáveis por compras, produção, estoque e vendas precisam trabalhar em conjunto e focados para reduzir esses prazos.

 

A dinâmica financeira está relacionada diretamente com o tempo entre as movimentações de recebimentos e pagamentos, e acontece do seguinte modo: a partir do momento que o material chega na empresa, via de regra, o fornecedor concede um prazo para que o pagamento seja efetuado – por exemplo, 30 dias.

E, por outro lado, ao vender, geralmente a empresa também negocia com o cliente um tempo para que este quite a sua fatura – por exemplo, 20 dias.

 

Portanto, a liquidez de uma empresa é uma consequência da junção dessas duas dinâmicas: o material chega, 30 dias depois deve ser pago, e mais 30 dias fica no estoque até ser faturado (completando os 60 dias entre a chegada e a venda), e depois mais 20 dias para que o recebimento ocorra. O dinheiro então, sai 50 dias antes de entrar, conforme pode ser observado na figura abaixo.

 

  Dia 0     		Dia 30			  Dia 60 		   Dia 80
 Chegada	 	   Pagamento			   Venda			 Recebimento
do Material    Saída de dinheiro     Faturamento      Entrada do dinheiro 					

 

Diante disto, além das negociações com fornecedores para conseguir o maior prazo possível para pagar sem a incidência de juros; da administração dos processos produtivos para que sejam eficientes e disponibilizem produtos para serem comercializados o mais rápido sem comprometer a qualidade e a motivação da equipe; e da sincronia entre compras e vendas para que os primeiros adquiram materiais demandados pelo mercado, e a equipe comercial venda o que tiver no estoque; a liderança também deve se preocupar com os prazos dados a clientes. Tudo isto faz com que o dinheiro demore o máximo para sair e o mínimo para entrar no caixa.



Marcelo Simões Souza

 



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