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HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.
Enquanto o lucro é o indicador que mede o desempenho das ações de uma empresa na geração da riqueza econômica, o índice de liquidez permite avaliar a eficácia na gestão desta riqueza, já que demonstra o quanto destes recursos se transformam em disponibilidades para pagar as contas nas datas dos seus vencimentos. O que acontece é que a riqueza criada pelo lucro, conforme já foi dito, não necessariamente é toda convertida em dinheiro em caixa. Eu comparo esta dinâmica que acontece entre lucro e caixa a uma corrida de obstáculos, a riqueza é o corredor que só chegará à reta final (o caixa) se conseguir ultrapassar os obstáculos. Estas barreiras por sua vez são os destinos que se pode dar ao lucro: ativo imobilizado, quando são realizados investimentos em máquinas, equipamentos etc.; duplicatas a receber, quando as vendas não são recebidas à vista; estoques, quando as compras de materiais e mercadorias de revenda são maiores que as vendas; e pode também deixar de ser uma riqueza da empresa, quando houver distribuições e retiradas.
Portanto, lucro não é caixa. Eu tenho constatado que há uma falta de compreensão sobre este assunto nas empresas em geral. Tenho percebido também que há uma razoável preocupação com a lucratividade, mas um descuido com a gestão da liquidez. O problema é que esta negligência pode comprometer a caminhada progressista da empresa. Já que um desequilíbrio na utilização do lucro pode culminar com uma dificuldade no pagamento das contas, podendo criar um consumo extra da riqueza que são as despesas financeiras.
Então surge a pergunta, como a equipe pode gerenciar a formação de caixa da sua empresa? Para entender onde as pessoas podem interferir, antes é preciso ter uma compreensão melhor das decisões que geram e as que consomem caixa. As fontes geradoras de caixa são: lucro, venda dos ativos imobilizados (máquinas, equipamentos etc.), empréstimos bancários e aporte de recursos por parte de sócios, acionistas, investidores etc. Estas decisões relacionadas às fontes também podem gerar consumos de caixa. Porém, há uma dinâmica operacional das empresas que é uma importante “consumidora” de caixa e onde existe o maior potencial de atuação da equipe: ao comprar o material ou insumos para a realização de um serviço, este fica um tempo “parado” no estoque ( e em produção nas indústrias) e depois que ocorre a venda tem o tempo que o dinheiro fica “na mão” do cliente sob a forma de duplicata, só que durante esse período entre a compra e o recebimento, normalmente ocorrem os pagamentos dos fornecedores.
Portanto, as ações das pessoas com relação ao mercado e à gestão dos recursos internamente interferem na quantidade e nos prazos em que os recursos da empresa ficam fora do caixa, aplicados em estoques e no cliente.
Marcelo Simões Souza
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