Este Incrementando foi criado como um meio para vivermos nosso propósito:
HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.
Eu sou um apaixonado pelos números. Costumo dizer que dificuldade de participar de uma conversa muito longa sem números. Porém, reconheço que é preciso respeitar o papel deles nas tomadas de decisões.
Os indicadores são uma importante ferramenta de gestão, aliás são essenciais. Orientam, inspiram, proporcionam uma referencia, e principalmente, geram aprendizados. Com eles somos capazes de entender os impactos gerados pelas nossas realizações, é possível dar um “norte” para os nossos desafios.
Mas, o número não pode ser o único fator nas tomadas de decisões. Há outros, tão ou mais importantes, que devem ser considerados.
Podem haver situações em que é necessário manter no portfólio um determinado produto ou serviço classificado como OSSO (baixa margem de contribuição e também vende pouco). Isto porque tal produto ou serviço é responsável pela imagem do negócio. Uma farmácia provavelmente sempre venderá medicamentos, uma padaria, pão e assim por diante. Há um estudo de marketing que diz que a Volkswagen demorou para tirar o Fusca de linha, porque ela teve que esperar o Gol também ser reconhecido como um carro robusto, já que esta era a imagem que a montadora queria passar para o mercado.
Outro cuidado necessário é não “sair atirando para todos os lados”. Empreendedores atentos às oportunidades, costumam constantemente encontrar uma série delas. Algumas com boas perspectivas financeiras, mas desalinhadas com o negócio.
Nós da INCREMENTAL, por exemplo, temos competências com números, finanças, resultados, indicadores. Em função disto já fomos procurados para fazer “evaluation” (calcular o valor da empresa), captação de recursos, auditorias etc. Já até pediram para ajudar a vender uma empresa.
Por mais que tudo isto tenha a ver com números e possa gerar bons ganhos, são outras competências, outro foco. Mas, além disto tudo, aqui entra um outro fator que precisa ser considerado na tomada de decisão. Para mim, ainda mais importante que os anteriores: o propósito. O risco é enorme de dar tudo errado quando se toma uma decisão que seja contrária ao propósito, mesmo que os indicadores avalizem a resolução. Voltando ao exemplo da INCREMENTAL, o que fazer “evaluation” tem a ver com o nosso propósito: inspirar líderes a humanizar os números e o dinheiro, para desenvolver o Brasil que dá certo? Nada. O que acontece? Ninguém da empresa se empolga. E por causa disto teremos dificuldade em fazer com excelência e sermos únicos em calcular valor de empresas.
E, por fim um fator que está intimamente relacionado ao anterior: o lado emocional. Estes dias estava em uma empresa para um debate sobre um determinado investimento imobiliário. O foco era uma análise financeira entre a opção de posse e a de locação. Depois de um intenso debate, fiz uma pergunta a um dos sócios que preferia a propriedade: “como você vai se sentir se as contas mostrarem que alugar é mais interessante?” A resposta: “vou pensar”. E, se os números não apontarem uma abissal diferença, a decisão será pela posse. As decisões não podem nos tirar do eixo.
Portanto, número é referência e não reverência.
Marcelo Simões Souza
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