Resultados = Esperançar com os Números Fundamentais.
- Marcelo Simões Souza
- 17 de jun.
- 3 min de leitura
HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.
Ultimamente, tenho escutados muitos comentários sobre as dificuldades provocadas pela política econômica do Brasil e do mundo, especialmente dos Estados Unidos. Até aí, nenhuma novidade. Aliás, como sempre gosto de ressaltar: eu não me lembro de ter presenciado o Brasil em “voo de cruzeiro”. A nossa economia, na prática, sempre enfrentou mais momentos de turbulência do que de calmaria. Basta lembrar quantos planos econômicos e trocas de moedas já vivemos por aqui.
Recentemente, participei de uma palestra do filósofo Mario Sergio Cortella, que trouxe uma lembrança interessante. Ele citou a Regra 34, criado por Bento de Núrsia – conhecido como São Bento pelos católicos – que diz: o monge não pode resmungar. Se reclamar demais, pode até ser expulso da ordem. O monge pode discordar, debater, discutir, mas é proibido resmungar. Afinal, reclamar por si só não nos leva a lugar nenhum.
Cortella também mencionou o famoso lema “Ora et Labora”. Traduzindo essa frase do latim para o português: reze e trabalhe. As orações são fundamentais na nossa vida, pois nos conectam com algo maior, renovam a esperança e reverenciam a benevolência de Deus. Porém, só rezar não nos tira do lugar. É preciso agir, colocar “a mão na massa”: trabalhar. Os resultados não vão acontecer se apenas esperarmos. Só há uma certeza: se acharmos que alguém fará por nós, aumentam muito, mas muito mesmo, as chances de os resultados não acontecerem.
De fato, os desafios das empresas aumentam em meio às turbulências econômicas. Por isso, a esperança é essencial. Mas não aquela esperança de apenas esperar, e sim a do verbo esperançar. Essa é a esperança de quem reconhece que existem os obstáculos, sabe que enfrentá-los não é fácil, mas entende que não é impossível. E como disse um outro filósofo, Paulo Freire: “Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”. Em outras palavras, enfrentar os desafios com atitude e iniciativa faz toda a diferença.
Entendo a insegurança que nós, empresários, sentimos para tomar decisões e agir em momentos com tanta incerteza. Porém, utilizar o apoio dos indicadores econômico-financeiros e acompanhar de perto os Números Fundamentais permite “ajustar as velas antes que a tempestade aperte”. Mais do que nunca, entender o que está – ou não – gerando resultados na empresa é o que possibilita encontrar oportunidades e prosperar, mesmo quando o cenário externo não é favorável. Não podemos controlar a economia do país e do mundo, mas podemos, sim, controlar como cuidamos das nossas finanças e a forma como reagimos aos desafios dos nossos negócios.
Aliás, muitas vezes, é justamente nos momentos difíceis que surgem as maiores chances de evolução. Usar as informações financeiras como bússola ajuda a identificar gargalos, cortar desperdícios e investir no que realmente importa. Normalmente, empresas que passam a controlar melhor seu fluxo de caixa, conseguem evitar endividamentos, antecipar oportunidades de compra e garantir descontos com fornecedores. Acompanhar de perto os indicadores de lucratividade, permite perceber a necessidade de ajustar preços, rever processos internos, o que contribui para incrementar os resultados mesmo em meio à momentos mais complexos.
Mais do que números, gestão financeira é sobre tomar melhores decisões. É enxergar o que antes estava oculto e agir com mais segurança. É como acender uma lanterna em um caminho escuro: talvez as pedras não desapareçam, mas ao menos conseguimos evitá-las e prosperar.
Enfim, aumentamos significativamente as chances de incrementarmos os lucros e os caixas das nossas empresas, quando compreendemos que é crucial Esperançar com o apoio dos Números Fundamentais. E, como disse Cortella: “...ou afunda, ou nada...”. A escolha é nossa.
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