Este Incrementando foi criado como um meio para vivermos nosso propósito:
HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.
Recentemente eu li um artigo na revista Exame que contou como a Kanui, uma empresa de comércio eletrônico voltada a artigos de esportes de ação como surfe, montanhismo etc., conseguiu ser um dos primeiros negócios focados na internet a conquistar equilíbrio financeiro. E, o que mais chamou a minha atenção, e resolvi compartilhar com os leitores deste boletim, é uma postura adotada por seus gestores de não tolerar nenhuma prática que tenha algum risco de gerar prejuízo para a empresa. O exemplo utilizado para demonstrar esta cultura da empresa é o modo como lidam com os estoques. Na verdade, o que fazem para não ter sobras, e assim não precisem fazer as tradicionais “queima de estoques”, onde na maioria das vezes, vende-se por preços de custo, e até abaixo. Então, as compras de mercadorias de revenda são cuidadas como um processo estratégico, onde há profundos estudos, análises, e são realizadas por praticantes dos esportes, ou seja, quem compra também é cliente. Além disto, para não ficar de fora das tradicionais temporadas de liquidação, negociam com fornecedores produtos com custos baixos específicos para tal finalidade.
Um outro fato muito interessante é que para fazer com que todos fiquem sempre preocupados se estão ou não adotando alguma prática com grande risco de gerar prejuízo, todos os colaboradores recebem treinamento sobre finanças.
Em outras palavras, conforme já escrevi algumas vezes aqui no INCREMENTANDO, se há o desejo de que exista na empresa preocupação com os resultados é preciso desenvolver a Consciência, Visão e Cultura de Resultados de todas as pessoas. Até porque é óbvio, como alguém vai se preocupar com algo que não conhece? Por acaso alguém se preocupa com a quantidade de sal enquanto não conhece o que é pressão arterial, o que significa para a saúde, as medidas e o prejuízo que esse alimento pode causar à vida de uma pessoa? Muito provavelmente, no exemplo do primeiro parágrafo, a equipe entende o que é Necessidade de Capital de Giro (NCG), o impacto desta no caixa e como os estoques a influenciam, ou seja, compreendem que um volume a mais de materiais e mercadorias no almoxarifado pode gerar problemas de caixa.
Toda esta reflexão me levou a escrever este texto, porque percebo que ainda há um grande número de negócios que não interromperam esse ciclo vicioso. Continuam colecionando práticas que acabam gerando prejuízos, a equipe não entende porque não se mede e não se discute resultados. Em alguns se mede, mas não se discute. Em outros não se mede o que é fundamental.
No boletim 73 eu disse: “...não vai ter vento...nós teremos que remar mais...”. Eu penso que em nenhum momento as empresas poderiam permitir práticas com alto risco de gerar prejuízo, mas muito menos agora. Um dos nossos clientes em função de um problema no faturamento, fruto de uma mudança em uma das suas unidades de negócio, teve que se debruçar sobre as despesas. E o que descobriram? Que durante o ano de 2014 houve um desperdício mensal de aproximadamente 30% dos seus gastos, ou 8% do faturamento. Ou seja, o lucro poderia ter sido 8 pontos percentuais maior. E por que isto aconteceu? Houve uma certa acomodação em função de bons resultados no ano anterior. E quantas práticas podem estar diminuindo os resultados no seu negócio?
Marcelo Simões Souza
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