Um negócio, de maneira simples, do ponto de vista financeiro, funciona assim: no inicio alguém (ou “alguéns”) investe e coloca dinheiro no caixa, o qual serve para pagar fornecedores e colaboradores, nas indústrias e varejos os produtos e mercadorias vão para os estoques (matéria-prima, produto em processo e produto acabado).
Depois produtos e serviços são entregues (vendidos).
Neste momento, como hoje cada vez menos as vendas são à vista, gera-se um contas a receber. Depois recebe-se o dinheiro para iniciar um novo fluxo, conforme figura.
Portanto, os recursos que sustentam (economicamente) o negócio, a não ser que se capte recursos junto às instituições financeiras (algo que não recomendo, exceto para investimentos em ativos imobilizados) “entram” na empresa através do contas a receber.
Diante disto, quero provocar uma reflexão: por que as empresas cuidam tão mal do disto?
A seguir algumas “pérolas” que já ouvi: “…até 5 dias de atraso eu não cobro, acho normal…”. Eu pergunto: fornecedores, governo (impostos), água, luz etc., podem esperar 5 dias?
Outra: “…o contas a pagar está todo organizado, mas o contas a receber eu não tenho a menor ideia…”. Mais: “…não sabemos quem já pagou ou não…”. Como as contas serão pagas se o dinheiro não entrar?
Eu também já presenciei empresas implorando para pagar e o credor com dificuldades para identificar o devido (o que ele tem de direito).
Por que será que tudo isto acontece?
Eu já ouvi vários argumentos, mas um dos que mais me incomodou foi: vergonha. Isto não existe para quem está nessa função.
A empresa tem a responsabilidade de entregar a solução, resolver o problema, atender à necessidade.
A responsabilidade do cliente é recompensar, ou seja, pagar.
Mais um: palavras da pessoa responsável pela cobrança “…eu não gostaria de ser cobrado…”.
Valem os mesmos argumentos acima, já que pagar é a compromisso assumido pelo cliente.
Outro: o “coitado” deve estar passando por dificuldades.
Empresas focadas em clientes devem saber, antes de vender, se esses estão de fato passando por um momento mais complicado.
E, devem inclusive, encontrar um meio de auxiliá-los a sair de tal situação.
Um parêntese, empresas devem cuidar de clientes do mesmo modo como mães cuidam de filhos, em outras palavras, filho é o que uma mãe tem de mais precioso na vida, e cliente (junto com colaboradores), de uma empresa.
Para finalizar, no mundo dos negócios, rentabilidade (resultados obtidos a partir dos ativos) é como se fosse a comida. Até se pode ficar um tempo sem. Lucratividade, a água, em um tempo menor problemas aparecem. Caixa, o ar! Sem ele não se vive por muito tempo.
Índices e Diagnóstico de Junho de 2015
LUCRATIVIDADE
LIQUIDEZ*
*Há três indicadores cujo denominador é o lucro operacional. Portanto, toda vez que este for negativo, não faz sentido calcular tais índices da maneira que fazemos e com o propósito que temos neste boletim. Então, no gráfico esses aparecerão iguais a zero. Isto porque o objetivo é demonstrar a utilização do lucro. Isto é, quanto deste foi alocado em investimento operacional (variação da NCG), e/ou em outros investimentos (valores que nesses gráficos podem ser observados através da diferença entre formação de caixa total e operacional) e/ou fica retido no caixa.
