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#87Despesas – um mito nas empresas. Como cuidar delas.

Despesas – um mito nas empresas. Como cuidar delas.

Em muitos negócios a “tal da crise” aflorou alguns problemas: falta de diferenciais, dificuldade para inovar, é o cliente que compra e não a empresa que vende etc.

E, como esta situação do país tornou o cliente ainda mais exigente, tais empresas estão enfrentando dificuldades para manter os faturamentos em níveis de resultados (ou seja, capaz de arcar com os gastos e ainda gerar lucro). Neste cenário as lideranças costumam recorrer à redução de despesas. No mínimo, tentam.

Há um grande amigo que diz: “…o sonho dos gestores seria que as despesas fossem iguais a zero, assim não teriam que se preocupar, mas isto implicaria na inexistência da empresa…“. Ou seja, a empresa é um conjunto de pessoas realizando algo para outro conjunto de pessoas, e isto tem custo.

Esses motivos citados já não deveriam justificar os famigerados “cortes”, mas para piorar, são utilizados critérios que normalmente agravam ainda mais a situação. Definir um valor (ou percentual) a ser reduzido, não é a melhor maneira de tratar deste assunto.

Nas minhas andanças como consultor presenciei dois fatos que ajudaram a reforçar esse problema. Em uma reunião de análise de resultados que estava conduzindo, chegou-se à conclusão que a pontualidade na entrega havia sido um dos principais fatores que contribuíram com o bom faturamento, o qual por sua vez era consequência da boa parceria e qualidade da transportadora.

No momento seguinte, na análise de custos e despesas, os gastos com frete foram questionados, porque estavam “acima da média“. Um contrassenso.

Diante disto, o que fazer para gerenciar despesas? Em primeiro lugar, deve-se trocar corte de gastos por extinção de desperdícios.

Depois, é fundamental compreender que despesas são consequências daquilo que é realizado e de como são realizadas.

Após realizar o filtro acima, a pergunta que vem a seguir para aquilo que agrega valor é: o que está sendo realizado está sendo feito da melhor maneira?

Não há outra modo mais criativo de se fazer, com um melhor custo-benefício?

Aliás, eu tenho notado que este problema é maior do que o primeiro. Tenho constatado que as empresas não dão a devida atenção para seus processos.

Isto vale para qualquer função existente em uma empresa: produtiva, operacional, administrativa, comercial etc.

Eu tenho certeza absoluta que se houver uma dedicação neste sentido, muitos desperdícios serão identificados e gastos serão reduzidos. Por que não tentar?

 

Índices de dezembro/15 a fevereiro/2016
 
Lucratividade
Total Industria
Varejo Serviço
Liquidez
Total Indústria Varejo
 
*Há três indicadores cujo denominador é o lucro operacional. Portanto, toda vez que este for negativo, não faz sentido calcular tais índices da maneira que fazemos e com o propósito que temos neste boletim. Então, no gráfico esses aparecerão iguais a zero. Isto porque o objetivo é demonstrar a utilização do lucro. Isto é, quanto deste foi alocado em investimento operacional (variação da NCG), e/ou em outros investimentos (valores que nesses gráficos podem ser observados através da diferença entre formação de caixa total e operacional) e/ou fica retido no caixa.
 

Fevereiro foi um mês que o lucro voltou a cair no Varejo e nos Serviços. A Indústria manteve os baixos resultados. As perguntas são: precisa ser assim? O que deve fazer para isto não se repetir?