Incrementando

#63“Controle de Contas”, Ferramenta que garante Números Confiáveis

“Controle de Contas”, Ferramenta que garante Números Confiáveis

No INCREMENTANDO 62 iniciei a escrever sobre a importância da confiabilidade das informações, e da necessidade de mecanismos de amarrações que garantam tranquilidade a todos, no processo de tomada de decisão.

O objetivo desta edição é continuar a descrever o CONTROLE DE CONTAS, que é um relatório que agrupa as conciliações essenciais dentro de uma empresa, o qual, conforme escrevi no texto anterior, precisa ser elaborado (no mínimo) mensalmente. Terminei o texto abordando a conciliação de Contas a Receber/Faturamento/Recebimento, cuja equação está abaixo.

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Há uma inversão matemática para isolar os Recebimentos, número que tem que “bater” com os valores que estão nos extratos bancários. Caso isto não aconteça, é crucial investigar o processo, já que uma inconsistência significa que, ou o lucro ou a NCG podem ser diferentes dos que estão sendo apresentados nos relatórios, e podem consequentemente gerar decisões equivocadas.

O mesmo raciocínio deve ser aplicado às demais contas. Começando pela conciliação da movimentação de materiais, que envolve estoques, compras e vendas (que a preço de custo é representado pelo custo da mercadoria vendida – c.m.v.).

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Esse mesmo valor de compras usado na equação anterior, também deve ser utilizado na conciliação de fornecedores (de itens que compõem o c.m.v.) a pagar e pagamentos destes. 

tab3

O passo seguinte é conciliar as contas de despesas e provisões (impostos, comissões, fretes, salários, encargos e taxas de cartões/boletos). E, tanto nesta equação como na anterior, os Pagamentos precisam ser exatamente os mesmos que constam nos extratos bancários.

tab4

As equações acima garantem a confiabilidade das contas operacionais. Mas, para garantir a segurança total, é necessário acrescentar as movimentações extra-operacionais de entradas (empréstimos, juros recebidos, aporte etc.) e saídas (amortizações, juros pagos etc.) de caixa. E, vou ser insistente, o Saldo de Caixa e Bancos do dia 31 deve ser exatamente iguais aos dos extratos. 

tab5

 

 

Índices e Diagnóstico de Fevereiro de 2014

 

LUCRATIVIDADE

 

TOTAL

INDÚSTRIA

VAREJO

SERVIÇO***

Margem de Contribuição

33,9%

32,2%

27,3%

45,3%

Lucratividade Operacional

-0,2%

1,1%

2,3%

-6,0%

Lucratividade Líquida

-2,8%

-2,3%

-1,0%

-6,0%

PE* Operacional

100,6%

96,6%

91,6%

113,2%

PE* Líquido

108,4%

107,2%

103,8%

113,2%

LÍQUIDEZ

NCG**/Recompensa (Faturamento)

1,06

1,87

-1,24

 

Variação da NCG/Lucro Operacional

-4,28

-8,93

2,79

 

Formação de Caixa Operacional/Lucro Operacional

5,28

9,93

3,89

 

Formação de Caixa Total/Lucro Operacional

1,89

2,08

11,32

 

Ciclo Econômico e Financeiro (em dias)

11

14

8

 

Prazo de Recebimento de Clientes (em dias)

14

47

-19

 

Prazo de Estoques (em dias)

105

130

80

 

Prazo de Pagamento de Fornecedores (em dias)

108

163

53

 

Inadimplência/Total de Contas a Receber

19,0%

17,5%

20,5%

 

*PE – Ponto de Equilíbrio          ** NCG – Necessidade de Capital de Giro           ***Regime de Caixa 

 

No mês de fevereiro, somente as empresas exclusivamente varejistas conseguiram, em relação à janeiro, aprimorar a eficácia do conjunto de ações relacionadas à gestão das competências e recursos internos para entregar maior valor percebido para seus clientes, conforme pode ser observado pelos índices de lucratividade operacional dos três segmentos: Varejo cresceu de 0,7% para 2,3%; enquanto que Indústria colheu uma redução de 2,8% para 1,1% e Serviços, de 19,0% para -6,0%.

Como eu insisto sempre, os números se limitam a indicar o que está ocorrendo. Os motivos que levaram as empresas a chegarem a tais números, só podem ser encontrados nas ações realizadas. O principal objetivo para apurar indicadores é exatamente apontar as consequências de algo que foi feito. E, para mudar os resultados é preciso mudar este “algo”.

Então, diante dos números apresentados, os “algos” de todos os negócios precisam ser repensados, já que é o segundo mês no ano em que os resultados econômicos (lucro) não foram satisfatórios. Na Indústria e no Varejo a minha sugestão é que os questionamentos comecem com a pergunta: quanto cada real gasto está agregando de valor percebido pelo cliente? Por que a estrutura atual não está conseguindo captar um volume maior de negócios?

Isto porque houveram poucas alterações nas relações entre preços de vendas e custos de compra e/ou produção, conforme pode ser observado nos índices de margem de contribuição: Indústria, 32,9% em janeiro e 32,2% em fevereiro; Varejo, 26,2% e 27,3% nos mesmos períodos.

Já as empresas prestadoras de serviços, precisam também investigar as suas relações entre os custos dos insumos empregados para entregar os serviços e os preços cobrados por estes. Pois, a margem de contribuição reduziu em quase um terço, de 63,4% em janeiro para 45,3%. Busquem os porquês e criem ações, e/ou mudem as que estão em curso.

A liquidez por sua vez, teve um desempenho contrário, os dois segmentos que tem esses índices apurados no INCREMENTANDO, tiveram desempenhos muito bons.

Conforme pode ser observado no índice Formação de Caixa Operacional/Lucro Operacional, os recebimentos referentes às vendas de produtos e mercadorias que fazem parte dos negócios, foram maiores que os pagamentos de gastos operacionais (não incluem investimentos, amortizações de dívidas e distribuições).