Incrementando

#21Dinâmica Preparamento e Execução

Dinâmica Preparamento e Execução

No último boletim sugeri substituir o planejamento pelo preparamento, já que o principal objetivo deste exercício é parar para pensar sobre como deverá ser o amanhã, o que será feito e os prováveis reflexos nos resultados de Corpo, Mente e Alma.

Terminei o texto dizendo que após a análise dos resultados realizados, as metas, que devem servir como referências, devem ser “jogadas fora”. O que quis dizer com isto é que, após um mês há um aprendizado, então este tem que ser incorporado.

Preparar (planejar) significa reunir o máximo de conhecimentos disponível no momento. Após um mês muitos aprendizados ocorrem, os quais precisam ser incorporados no preparamento.

Diante disto, nesta edição do INCREMENTANDO estou apresentando uma dinâmica que deve ser realizada mensalmente na empresa, para aumentar as chances de incrementar os resultados CMA.

Conforme está descrito na figura acima, após a fase do preparamento vem a execução e os respectivos resultados.

Os quais são consequências dos metaprojetos, de como foram implantados e do comportamento de todo ambiente externo (mercado, economia etc.).

A análise dos indicadores dos resultados realizados, que acontece após um período de execução, tem como finalidade possibilitar o entendimento exatamente dessa questão: por que o que aconteceu foi diferente do que estava planejado?

O que pode ser aprendido com isto? O que fazer diante disto? O cenário continuará o mesmo que foi imaginado? E os objetivos, metaprojetos e referências numéricas?

 

LUCRATIVIDADE
  TOTAL INDÚSTRIA VAREJO SERVIÇO***
Margem de Contribuição 43,4% 48,2% 20,5% 67,0%
Lucratividade Operacional 16,4% 19,9% 6,0% 4,7%
Lucratividade Líquida 15,8% 20,3% 2,4% 3,5%
PE* Operacional 62,7% 59,1% 70,6% 93,0%
PE* Líquido 63,9% 58,3% 88,2% 94,8%
LÍQUIDEZ
NCG**/Faturamento 119,8% 117,8% 127,0%  
Variação da NCG/Resultado Operacional 32,4% 44,9% -117,8%  
Formação de Caixa Operacional/Resultado Operacional 67,6% 55,1% 217,8%  
Formação de Caixa Total/Resultado Operacional 232,0% 156,8% 1140,6%  
Ciclo Econômico e Financeiro 32 41 24  
Prazo de Recebimento de Clientes 44 41 48  
Prazo de Estoques 89 61 117  
Prazo de Pagamento de Fornecedores 101 61 141  
Inadimplência/Total de Contas a Receber 7,4% 10,6% 4,1%  

*PE – Ponto de Equilíbrio          ** NCG – Necessidade de Capital de Giro           ***Regime de Caixa

 

Estes resultados econômicos (índices de lucratividade) e financeiros (indicadores de liquidez) do mês setembro da Indústria devem ter sido os melhores que já publiquei nestas vinte e uma edições do INCREMENTANDO.

Uma excelente margem de contribuição, que representa, do ponto de vista técnico, uma boa gestão na relação mix de produtos, preço de venda e custos variáveis (impostos, comissões de vendedores, fretes e matéria-prima).

Houve também uma ótima gestão dos recursos e talentos, como pode ser observado pela lucratividade operacional. A qual também foi suficiente para suportar o crescimento da NCG (44,9%), conforme pode ser observado pelo indicador formação de caixa/resultado operacional com um resultado de 55,1%.

Isto significa que para cada R$ 100,00 de faturamento, a Indústria obteve R$ 19,90 de lucro operacional, dos quais R$ 10,97 (55,1% de R$ 19,90) se transformaram em caixa. Consequências do que foi preparado ou inércia? Fruto da lucratividade ou da redução da NCG? Por que?

Por outro lado os desempenhos econômicos do Varejo e das empresas de Serviços não foram nada empolgante.

No Varejo ainda pior, pois os juros pagos aos bancos consumiram mais da metade do lucro operacional, conforme pode ser observado pela diferença entre este resultado e o lucro líquido.

Muito provavelmente as referências numéricas definidas nos preparamentos previam resultados melhores. Portanto, conforme foi dito na página anterior, momento para aprender sobre os porquês de não conseguir transpor algumas dificuldades e fazer os ajustes necessários, onde for preciso.

Mas, apesar desse baixo desempenho, o Varejo conseguiu formar caixa na operação. Como? Através da redução da NCG (-117,8%). Como? Redução dos prazos de recebimento e de estoques e aumento dos prazos de fornecedores?

Como isto foi feito? Esta é a resposta que cada empresa precisa buscar junto às suas equipes. Daí vem o aprendizado sobre o que gera resultados.

Uma observação geral está relacionada à situação do caixa das empresas, pois todas devem ter captado recursos, conforme pode ser observado pelo aumento do resultado líquido de caixa.