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#23Modelo progressista de análise da lucratividade 2

Modelo progressista de análise da lucratividade 2

No último dia 26 de novembro a INCREMENTAL realizou, para um grupo de empresários e líderes, o workshop Visão de Resultados, onde dois dos principais objetivos foram: demonstrar a relação dos indicadores com os resultados de uma empresa e transferir conhecimentos para incrementar os resultados do negócio, através da utilização dos números econômicos e financeiros fundamentais – relacionados a lucro e liquidez.

Nessa sessão de aprendizado eu enfatizei com veemência o que disse no boletim anterior, um índice só tem razão de existir se contribuir para que líderes aprendam mais sobre o próprio negócio e como consequência aumentem a capacidade de tomar decisões com maiores chances de gerar riquezas.

Em função disto, também apresentei o modelo progressista de apuração do lucro (descrito no boletim anterior), o qual foi criado para conduzir a liderança a investigar as reais causas dos resultados obtidos.

Pois, faturamento remete ao volume de notas fiscais emitidas, enquanto que Recompensa conquistada, como o próprio nome já diz, direciona a equipe a analisar porque os clientes estão ou não recompensando a empresa de maneira justa.

Por outro lado para entregar a solução pela qual será recompensada, a empresa reúne um grupo de pessoas com seus talentos, os quais utilizam uma série de recursos para cumprir com tal finalidade (entregar a solução).

Portanto, custos e despesas são os recursos e os talentos que as empresas precisam para entender, atender e agregar valor para os clientes.

Exatamente por causa disto, eu tenho recomendado que as empresas ao avaliar seus gastos, analisem o quanto cada real está agregando valor para o cliente e para aqueles que os servem (colaboradores).

Aqui vale aquela máxima que diz “um real pode ser caro e um milhão pode ser barato”. Qualquer recurso ou talento que não estiver agregando valor é desperdício, independente de quanto custar.

Além destes dois fatores as empresas ainda possuem alguns compromissos a serem cumpridos: com o governo e com parceiros externos.

Aqui vale aquela máxima que diz “um real pode ser caro e um milhão pode ser barato”. Qualquer recurso ou talento que não estiver agregando valor é desperdício, independente de quanto custar.

O primeiro, os impostos são comuns a todas as empresas e representa a parcela de contribuição que cada negócio tem que dar para que exista uma infraestrutura no bairro, na cidade, no estado e no país. Já o parceiro externo mais habitual é aquele que fornece algum tipo de metodologia, know-how etc., e a sua forma de pagamento é definida como royalties.

O termo compromisso foi utilizado por se tratar de acordos que em algum momento e de alguma forma a empresa os aceitou. Eu entendo que pouco pode ser feito no dia-a-dia. Normalmente são negociações e reestruturações do negócio que não acontecem nem anualmente.

Enfim, o mais importante de tudo isto é que as nomenclaturas assim como os indicadores também sirvam para ajudar a entender a relação de cada atividade na empresa com suas respectivas receitas e despesas.

Neste sentido o melhor a se fazer é que a equipe defina a nomenclatura que mais se adequar à realidade da sua empresa, aproveitando para aprender mais sobre o negócio.

 

Índices e Diagnóstico

 

LUCRATIVIDADE
  TOTAL INDÚSTRIA VAREJO SERVIÇO***
Margem de Contribuição 31,0% 46,9% 27,0% 63,5%
Lucratividade Operacional 9,7% 6,7% 10,2% 27,4%
Lucratividade Líquida 8,1% 4,6% 8,5% 38,5%
PE* Operacional 68,6% 85,7% 62,4% 56,8%
PE* Líquido 73,8% 90,1% 68,7% 39,5%
LÍQUIDEZ
NCG**/Faturamento 72,1% 77,1% 71,4%  
Variação da NCG/Resultado Operacional 41,4% 11,9% 45,1%  
Formação de Caixa Operacional/Resultado Operacional 58,6% 88,1% 54,9%  
Formação de Caixa Total/Resultado Operacional 82,3% -63,6% 100,2%  
Ciclo Econômico e Financeiro 51 21 82  
Prazo de Recebimento de Clientes 41 43 39  
Prazo de Estoques 61 24 98  
Prazo de Pagamento de Fornecedores 51 46 55  
Inadimplência/Total de Contas a Receber 11,5% 7,6% 15,4%  

*PE – Ponto de Equilíbrio          ** NCG – Necessidade de Capital de Giro           ***Regime de Caixa

 

Na análise deste mês vou partir de um faturamento de R$ 100,00. Portanto, cada cem reais faturados geraram de margem de contribuição R$ 46,90 nas empresas industriais, R$ 27,00 nas do varejo e R$ 63,50 em serviços.

Ao realizar uma análise estritamente numérica pode-se dizer que são boas margens, devido às características de cada uma das atividades.

No entanto, devem ser acrescentadas algumas questões nessa avaliação. O valor que o cliente está aceitando recompensar está realmente justo? Eles (clientes) estão pagando por todos os diferenciais que estão sendo entregues? Mais básico ainda: eles reconhecem e desejam tais diferenciais?

Se na sua empresa todas as respostas forem sim, a outra pergunta que precisa ser feita é: os volumes demandados estão sendo suficientes para pagar os recursos e talentos utilizados na estrutura de apoio?

O índice de lucratividade operacional da Indústria (R$ 6,70 para cada R$ 100,00 faturado) não demonstra isso!? Pode também existir problemas com desperdícios de recursos e talentos.

A tarefa da liderança é exatamente esta: investigar, diagnosticar e propor ações. Já nas empresas comerciais e prestadoras de serviço, que apresentaram bons resultados, a pergunta a ser feita é se são suficientes para suprir todas as demandas: investimentos, capital de giro, reservas e distribuições.

No Varejo aconteceu algo curioso, pois o lucro do mês foi suficiente para suprir o aumento dos investimentos operacionais: 45,1% de variação da NCG, o que representa que, para cada R$ 100,00 de faturamento (que gera um lucro operacional de R$ 10,20), R$ 4,60 tiveram que ser investidos em estoques e contas a receber (capital de giro).

Sobrando então R$ 5,49 no caixa (54,9% de formação de caixa operacional/resultado operacional). No entanto, apesar disto, foram parar nas contas bancárias no final do mês R$ 20,42 (100,2% de formação de caixa total/resultado operacional). A explicação é que deve ter havido uma tomada de empréstimos para suprir uma provável falta que acontecerá no mês de dezembro.

Diante disto, pode-se dizer que o lucro não foi suficiente. Na Indústria a situação foi parecida, a diferença é que houveram saidas das contas bancárias (-63,6%).