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#13O Ano Começou! Um Bom Momento para Rever Práticas

O Ano Começou! Um Bom Momento para Rever Práticas

No Brasil há uma lenda que o ano só começa depois do Carnaval. Portanto, agora 2010 começou de fato. Este é então um bom momento para rever as práticas da sua empresa. Nesses quinze anos de experiência, constatei que o processo de tomada de decisão é o ponto crucial de qualquer empresa, independente do tamanho ou atividade.

Aliás, é um assunto que venho insistindo desde o primeiro boletim. As oportunidades que as empresas têm para definir o que pode ser feito para incrementar seus resultados são quando decisões estão sendo tomadas.

Eu constatei que nas empresas existem os “MOMENTOS DE RESULTADOS”, aqueles onde tudo que for definido terá um efeito fundamental sobre os resultados da empresa, conforme figura abaixo:

Imagem 13

Tudo começa no mercado, pois, de maneira simplista, uma empresa existe porque é capaz de atender a um conjunto de necessidades de um grupo de pessoas.

Portanto, a empresa estabelece uma relação com esses clientes, e a dimensão financeira deste relacionamento é o preço.

O cliente tem que “concordar” com os valores que empresa está cobrando pelos produtos e serviços que estão sendo oferecidos, para que obtenha um faturamento capaz de gerar resultados.

Mas, por outro lado esses preços precisam ser de um valor tal que, se uma determinada quantidade dos produtos e/ou serviços for vendida, a empresa terá receita suficiente para pagar as despesas e gerar lucro.

Essa é o primeiro MOMENTO DE RESULTADOS, que precisa ser apoiado por um processo (de formação de preços) que possibilitem as decisões mais eficazes possível.

Como é na sua empresa?

 

ÍNDICES e Diagnóstico

 

LUCRATIVIDADE

 

TOTAL

INDÚSTRIA

VAREJO

SERVIÇO***

Margem de Contribuição

32,3%

31,2%

24,3%

58,5%

Lucratividade Operacional

8,5%

7,7%

6,4%

15,9%

Lucratividade Líquida

6,1%

6,8%

4,4%

10,1%

PE* Operacional

73,8%

75,4%

73,8%

72,8%

PE* Líquido

81.3%

78,1%

81.8%

82,7%

LÍQUIDEZ

NCG**/Faturamento

157,9%

112,1%

176,4%

 

Variação da NCG/Resultado Operacional

-81,3%

90,1%

-164,5%

 

Formação de Caixa Operacional/Resultado Operacional

-5,3%

7,0%

-3,98%

 

Formação de Caixa Total/Resultado Operacional

64,9%

-76,9%

133,8%

 

Ciclo Econômico e Financeiro

71

66

75

 

Prazo de Recebimento de Clientes

41

42

40

 

Prazo de Estoques

74

37

111

 

Prazo de Pagamento de Fornecedores

44

13

75

 

Inadimplência/Total de Contas a Receber

13,4%

16,4%

10,5%

 

*PE – Ponto de Equilíbrio          ** NCG – Necessidade de Capital de Giro           ***Regime de Caixa

 

 

Na média geral dos índices de lucratividade, o desempenho em janeiro foi muito próximo ao mês anterior, com um resultado líquido praticamente igual.

 

O que garantiu este fato foi a melhoria da Indústria, já que Varejo e Serviços apresentaram números inferiores a dezembro. Um ponto importante de se observar foi o crescimento na diferença entre os resultados líquidos e os operacionais, demonstrando um provável aumento no pagamento de despesas financeiras.

 

As empresas devem debater esse assunto profundamente por dois motivos: se virar uma tendência, todo lucro da operação acabará sendo consumido por tais obrigações; e também porque notei que em 2009 destinou-se um bom volume de recursos para as instituições financeiras.

 

Outra questão que merece um bom diagnóstico foi o aumento da margem com redução de lucro em Serviços.

 

Os índices de liquidez demonstram que o desempenho na formação de caixa operacional na Indústria foi bem melhor do que no mês de dezembro.

 

Enquanto no último mês de 2009 a operação consumiu caixa, em janeiro conseguiu gerar o equivalente a 7,0% do que obteve de lucro operacional.

 

Porém, o interessante, e que vale uma boa análise para entender os motivos, foi que apesar dos recebimentos das vendas terem sido maiores do que os pagamentos dos gastos com a operação (formação de caixa operacional), o caixa no final acabou ficando menor do que no mês anterior.

 

Essa melhoria na operação tende a ser justificada pela redução dos prazos de estoques (de 50 para 37 dias). Já o fato do caixa ter sofrido uma redução, tende a ser explicada por “abusos” nos investimentos, nas amortizações e/ou nas retiradas de lucro.

 

No Varejo aconteceu exatamente o contrário. A piora na operação por sua vez é conseqüência do aumento do ciclo econômico e financeiro, que por sinal é bastante comum em janeiro.

 

Diante disto, reforço a pergunta que fiz no boletim anterior, precisa ser assim?

 

Por outro lado, a melhoria ocorrida no caixa não deve ser comemorada, pois muito provavelmente isto aconteceu em função de captações de empréstimos bancários.

 

Mas há uma boa notícia para todos: o volume de clientes em atraso foi menor.