Conversar com os Números.
- Marcelo Simões Souza
- 13 de mai.
- 3 min de leitura

HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.
Os Números têm uma característica semelhante à dos bebês e dos animais: não falam, mas sempre se expressam. Quando conseguimos “conversar” com eles, podemos cuidar melhor da saúde e do bem-estar deles. Ou seja, entender o que os Números “dizem” é fundamental para incrementarmos as chances de obtermos melhores resultados econômicos e financeiros.
Muita gente evita olhar para indicadores e até foge das análises. Porém, conduzir um negócio apenas confiando no próprio feeling é como cuidar de um bebê somente baseado em achismos, sem consultar médicos, medir temperatura, fazer exames etc. Pode até funcionar por um tempo, mas, no médio e longo prazo, pode trazer sérios danos para o lucro e para o caixa.
Não dá para confiar só na sorte. Precisamos usar os Números a nosso favor – essa é uma das principais responsabilidades da área financeira. O papel desse setor deve ser o de um verdadeiro “Números Tradutor”, fazendo um trocadilho com o Google Tradutor (ferramenta que traduz textos em outros idiomas para o português). As pessoas de finanças precisam facilitar o entendimento dessa linguagem, tornando os Números claros e úteis para todos gestores e líderes das demais áreas. Afinal, só assim as decisões deixam de ser apostas e passam a ser escolhas conscientes e mais assertivas.
Conversar com os Números permite identificar se a empresa está realmente gerando a riqueza econômica necessária para prosperar. Também revela se todas as unidades gerenciais – clientes, produtos, lojas, serviços etc. – estão gerando margens positivas. Além disso, ajuda a enxergar se prazos de recebimentos, pagamentos e estoques estão equilibrados ou se estão prejudicando o caixa.
Ou seja, quando entendemos o que os números dizem, paramos de conduzir nossas empresas no escuro e passamos a tomar decisões que incrementem os resultados do negócio.
Quando nos dispomos a “escutar” os Números, deixamos de agir apenas por instinto e passamos a enxergar situações que, até então, poderiam ficar escondidas. Pequenos sinais que antes passavam despercebidos começam a saltar aos olhos: um custo fixo que foi crescendo aos poucos, uma despesa recorrente que não faz mais sentido, ou mesmo um cliente importante que está diminuindo a frequência de compras.
Acompanhar os números no dia a dia possibilita ter um diagnóstico mais assertivo do negócio. Para isso, os relatórios precisam ser simples, os gráficos fáceis de compreender e os indicadores objetivos, para que a equipe ganhe familiaridade e confiança para Conversar com os Números e agir antes que os resultados fiquem comprometidos. Por exemplo, se o prazo médio de recebimento começa a aumentar mês a mês, é necessário planejar ações de cobrança ou reavaliar as condições de venda. O mesmo vale para os estoques: analisar os volumes parados evita desperdício e libera capital para investir em produtos que realmente trazem retorno.
Outro benefício importante de colocar os números “na conversa” é a capacidade de avaliar se cada iniciativa está dando resultado. Quando os gestores têm acesso a indicadores claros, conseguem enxergar quais produtos são campeões de margem, quais clientes são mais rentáveis e aqueles que financeiramente não estão valendo a pena. Essas informações ajudam a investir melhor o tempo, a energia e os recursos da empresa. Decisões deixam de ser baseadas em “sensação” e passam a ser tomadas com mais embasamento e tranquilidade.
No fundo, finanças não são sobre fórmulas complexas, mas sim sobre criar uma rotina de acompanhamento, estrutura e transparência. Quando todos na empresa entendem a importância dessa prática, o ambiente de trabalho melhora, a confiança aumenta e o objetivo de prosperar fica ao alcance de todos. Por isso, vale sempre reforçar: números não falam, mas dizem muito. Basta aprender a ouvi-los.
Marcelo Simões Souza
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