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Nas minhas andanças ao longo desses dezessete anos como consultor em empresas, eu tenho percebido que há uma certa dificuldade na compreensão sobre este importantíssimo conceito financeiro: Capital de Giro (CDG). O principal problema é que esta falta de entendimento pode causar sérios danos para os negócios.
Há várias maneiras de explicar o que significa e a importância do CDG. Porém, a mais simples, e uma das que mais gosto, é aquela que define este como o volume de recursos que um negócio precisa ter, para pagar as contas que vencem antes do dinheiro do cliente entrar na conta corrente.
Para entender melhor essa definição, imagine o inicio de uma empresa. Os empreendedores, além de máquinas e equipamentos, também precisam comprar matéria-prima (no caso das indústrias), mercadorias (comércio), insumos (todas) e contratar pessoas (todas). Após tais aquisições, a empresa inicia suas atividades. No dia “zero” então, começa a produzir e/ou abre as portas da loja e/ou inicia a prestação de serviços. Suponha que o valor dos gastos operacionais de um mês seja de $ 900, para uma venda de $ 1.000; que o prazo médio negociado com os fornecedores é de trinta dias e, considerando o período em que materiais e mercadorias ficam em produção e no estoque, mais o período concedido aos clientes para que eles quitem seus “boletos”, o tempo para o dinheiro entrar no caixa é de quarenta e cinco dias. Isto é, a partir do inicio das atividades (dia “zero”), o dinheiro sai da empresa no dia “30” e só entra no “45”. De onde então vem esse dinheiro para pagar as contas, já que a entrada dos recursos ainda não ocorreu? Um aporte precisa ser feito, de preferência por parte dos sócios, pois este é o investimento inicial que precisa ser feito em CDG.
Aí eu faço uma outra pergunta? Quando este investimento em capital de giro volta para os investidores? A resposta, nunca mais. Ou melhor, só quando a empresa encerrar as atividades. Por que? Porque os materiais, mercadorias e insumos foram utilizados para gerar a venda do primeiro período ou estão no almoxarifado, já que quase nenhuma empresa consegue operar sem uma quantidade mínima desses itens em estoque a título de segurança. Portanto, novas aquisições precisam ser feitas.
Assim como salários e gastos com infraestrutura (água, luz, aluguel etc.) do novo mês precisam ser pagos. Para ser didático, suponha que todas essas novas aquisições são do mesmo valor do primeiro mês ($ 900) e realizadas no dia “30”.
O pagamento ocorrerá no dia “60”, quinze dias depois dos recebimentos. A diferença é que desta vez, os recursos sairão do caixa da empresa. Lógico, se o responsável pela gestão financeira tiver “guardado” o valor de $ 1.000 recebido no dia “45” (primeira venda). E assim se configura a dinâmica econômico e financeira de uma empresa, que necessitará de dinheiro para manter aplicado no giro da sua operação, o tal do Capital de Giro; que dependendo da gestão dos prazos, demandará mais ou menos recursos.
Marcelo Simões Souza
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