Este Incrementando foi criado como um meio para vivermos nosso propósito:
HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.
Nas reuniões de análise dos indicadores econômicos e financeiros que fiz nesse último mês, alguns dos nossos clientes perguntaram como andavam os resultados das empresas em geral. A minha resposta foi exatamente o título deste texto: negócios que cultivaram a falta, estão colhendo escassez, e aqueles que cultivaram a farta, estão colhendo abundância.
O comportamento da maioria das empresas durante a pandemia, principalmente no período de isolamento social, foi muito parecido com os que tiveram em outras crises econômicas, com a diferença de que nesse momento a intensidade foi muito maior com que seus gestores e líderes voltaram suas atenções totalmente às restrições. As pautas da maioria das reuniões foram (e, ainda continuam em muitos negócios) para analisar as possibilidades de reduzir as famosas “despesas”. E, como já escrevi em outro INCREMENTANDO, infelizmente esse trabalho normalmente não é feito com o olhar e nem com a voz do cliente, e aí a consequência pode ter sido a redução, ou até eliminação, de gastos com algo que o mercado valorizava, e/ou que eram essenciais para a equipe gerar experiencias para os clientes, e por outro lado podem estar ficando algumas despesas que o mercado não vê sentido em pagar por elas.
A grande questão é que este tipo de atitude tende a gerar um ciclo vicioso, pois ao não entregar o que é desejado pelos clientes, estes param de comprar, o faturamento cai, os resultados diminuem, e as atenções novamente se voltam para as despesas, e assim por diante.
Agora, o isolamento acabou, as pessoas voltaram a frequentar locais públicos, o consumo vem crescendo, e as empresas que tiverem esse comportamento de olhar para o que iria faltar, e saíram cortando, nesse momento estão com escassez de resultados. Pois, outra coisa acontece quando atravessamos uma crise, o cliente se torna mais exigente, passando a valorizar ainda mais cada real que sai da sua conta corrente.
Entretanto houve outras empresas que ao invés de ficar hibernando enquanto a “confusão” não passa, entenderam que isto não iria adiantar de nada, até porque não se sabe quando essa “confusão” irá terminar. Compreenderam também que uma crise dessas proporções certamente afetaria os hábitos de consumo das pessoas. Como está no site da Supervarejo – “...uma coisa ficou imediatamente clara: a pandemia reforçou a necessidade de os varejistas continuarem a investir para que as pessoas possam fazer compras quando quiserem, como quiserem e onde quiserem, tudo isso tendo uma experiência agradável e sem atrito. E ainda: “...o setor de alimentação tem mudado muito após a pandemia. Uma pesquisa feita com mil homens e mulheres pela agência Eldeman confirmou que o consumo de delivery subiu de 40,5% para 66,1% durante o período de quarentena até dezembro de 2021. Segundo o IDF (Índice de Desempenho Foodservice), em abril deste ano, houve um aumento de 75% de vendas no setor, além do aumento de lojas de quase 3%. Com essa grande quantidade de restaurantes, food trucks, dark kitchens e entre outros, cabe ao lojista dar a experiência perfeita para o consumidor que deseja produtos de qualidade...“. Essa inflação que há muito tempo não vivenciamos, também como já escrevi, tem mexido com os hábitos de consumo.
Esses dias estava em uma reunião em uma indústria de embalagens para revisar os desafios de resultados para o segundo semestre, e conversávamos sobre os riscos para o negócio com a crescente preocupação com a sustentabilidade. O interessante é que a conversa começou com um olhar para a falta: “...isssh! E agora? Será que perderemos faturamento?...”. Até que um dos principais líderes comentou que, na verdade, havia uma série de oportunidades nisso, pois poderíamos, por exemplo, fornecer embalagens muito mais sustentáveis que o isopor.
Enfim, aquelas empresas que não deixaram de procurar as farturas nas situações, estão obtendo resultados abundantes. Já, as que ficaram com medo da falta...
Marcelo Simões Souza
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