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HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.
A partir do momento em que são tomadas as decisões sobre preços e volumes a serem vendidos, entende-se que os objetivos de lucratividade estão “desenhados”. Já que, conforme foi abordado no boletim número 14, para tais decisões é necessário também determinar os orçamentos de todos os gastos. Mas o trabalho de planejamento não termina aí, a empresa também deve planejar ações e respectivas metas para os fatores que interferem no comportamento do caixa. Você deve estar perguntando: como assim? Relembrando: as informações que compõem o indicador de resultado lucro, são apuradas no momento da sua ocorrência e não quando acontecem os recebimentos e/ou pagamentos. Em outras palavras, na composição da lucratividade, o faturamento é considerado quando a nota fiscal é emitida, as despesas e insumos para prestação de serviços quando a nota chega, os custos com matérias-primas e mercadorias de revenda são apuradas quando são utilizados (baixados do estoque), e os demais custos (impostos, comissões, fretes, taxas de administração dos cartões de crédito), são os valores gerados pelas vendas do mês. Isto é, o lucro não representa os recursos que aumentam (diminuem, se for prejuízo) o caixa. O que fazer agora?
Primeiro é preciso recordar o que foi escrito no boletim número 8: as empresas possuem um ciclo econômico e financeiro, que nada mais é do que o período de tempo entre o dia que chega na empresa a matéria-prima (ou mercadoria de revenda ou insumo para a prestação de serviços) e a data da entrada na conta da empresa do dinheiro referente à venda deste material (transformado em produto), e descontando o tempo obtido junto ao fornecedor para pagar o material. Portanto, para que o lucro vire caixa é preciso esperar o período que a matéria-prima fica em estoque, depois em produção (execução, para os serviços), depois permanece no almoxarifado até ser vendido e entregue, e ainda há o tempo que o cliente leva para quitar a duplicata fruto das negociações comerciais. O que ameniza tudo isto, é que a empresa não faz os pagamentos no momento que os materiais e insumos chegam. O volume de recursos que a empresa precisa para conseguir pagar as contas antes de receber dos clientes recebe o nome de N.C.G (Necessidade de Capital de Giro). Esta por sua vez é uma conseqüência direta dos prazos negociados com clientes e fornecedores, e do prazo que leva para o material entrar e sair (girar) do estoque. Portanto, uma parcela do lucro é consumida pelo aumento da N.C.G.
Para as definições de preço, um dos componentes do processo é a elaboração do orçamento do lucro necessário: que além da variação da N.C.G., tem as parcela destinadas para investimentos, amortizações, parcelamentos, financiamentos, reservas e distribuições entre sócios e colaboradores.
Agora começa o processo ioiô. Os desafios de prazos formarão uma N.C.G que o lucro definido na formação de preços é capaz de suportar. Se não, ou aumenta-se o lucro alterando preços e quantidades, ou as ações e metas relacionadas aos prazos são ajustadas para reduzir a N.C.G.
Marcelo Simões Souza
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