A dinâmica do caixa.
- Marcelo Simões Souza
- 18 de mar.
- 4 min de leitura

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Após o intervalo, a equipe retornou à sala de reuniões. A energia parecia renovada e Sr. P estava ansioso para esclarecer suas dúvidas sobre caixa.
- Sra. Vendita então arrisca: Entendi que para formar caixa, precisamos gerenciar a NCG (Necessidade de Capital de Giro). Na minha área, eu devo negociar os prazos de recebimento com os clientes. Apesar da pressão que estamos sofrendo, prometo que vou me empenhar nisto.
- Sr. Producere completou: Eu cuidarei dos prazos de estoques e de pagamento aos fornecedores.
- Sr. E comenta: Perfeito. No entanto, precisamos de estratégias para que isso aconteça. É necessário desenvolver planos que abordem esses aspectos. Assim como os clientes precisam reconhecer nossos diferenciais para justificar o pagamento dos nossos preços, o mesmo se aplica para eles aceitarem condições de pagamento em prazos menores. Por outro lado, precisamos também atuar como clientes parceiros para nossos fornecedores, garantindo assim a possibilidade de negociar prazos maiores.
- Mr. D complementa: Essas estratégias são fundamentais, mas o mais importante, e o que está mais no nosso poder, são os estoques. Até porque foram são eles que vêm crescendo nesses últimos meses. Precisamos nos aprofundar nos itens, comparar com as perspectivas de demandas, revisar o que não está girando e definir ações mais “agressivas” para vende-los.
- Sr. P então pergunta: Compreendi que a NCG é uma variável crucial e sua administração, assim como a do ciclo financeiro, impacta diretamente no caixa. No entanto, a NCG é apenas um dos elementos do caixa. Então, a minha outra dúvida é sobre os outros elementos do caixa. Como isto funciona?
- Mr. D começa a responder: Lembram o que é o CDG (Capital de Giro)? É o montante de dinheiro que fica “girando” entre caixa, contas a receber, estoques e contas a pagar. Então, quanto mais desses recursos estiverem alocados na NCG, menos sobra para o caixa. Assim, podemos expressar essa relação com a fórmula: Caixa = CDG - NCG.
- Sr. Erning que prestava atenção a toda conversa, comenta: Acredito que o Denarius vai abordar sobre algo importante que aprendi com os consultores da INCREMENTAL. É mais importante entender a dinâmica de como o caixa é formado, do que apenas considerar sua posição estática.
- Mr. D, percebendo a expressão de dúvida do Sr. Producere e da Sra. Vendita, intervém: Exatamente, Sr. E. O mais relevante é gerenciar a variação do caixa, o que implica em administrar as alterações no CDG e na NCG. Só assim é que conseguimos manter o caixa em condições saudáveis.
- Sra. V comenta: Então, a geração ou consumo de caixa depende do que afeta o CDG? Nós já sabemos que são os prazos que impactam a NCG. Quais são, então, os fatores que provocam mudanças o CDG?
- Mr. D continua com as explicações: Existem três fatores que afetam o CDG: lucro ou prejuízo, aportes ou retiradas de capital, e a venda ou compra de ativos imobilizados. Lógico, esses são os “caminhos” naturais. Além disso, também é possível aumentar o CDG através de recursos das instituições financeiras, ou seja, pegar dinheiro emprestado com os bancos.
- Sr. P indaga: Mas, nós queremos evitar recorrer aos bancos. Não é? Até porque empresas de porte médio, como as nossas, costumam enfrentar grandes dificuldades para obter empréstimos com boas taxas de juros.
- Mr. D complementa: Não queremos mesmo. Além disto, é normal que sócios e acionistas fiquem colocando e retirando dinheiro da empresa a todo momento?
- Sra. V, Sr. P e Sr. E exclamam ao mesmo tempo: Não! Em seguida, Sr. E explica: Não é saudável, e nem normal que nós empresários estejamos sempre mexendo nas contas da empresa. Eu sei que faz parte uma vez ou outra termos que aportar dinheiro na empresa, mas isso deve ser uma exceção, não a regra. E, retiradas, essas sim, devem acontecer como regra, mas apenas uma vez por ano.
- Mr. D empolgado com as explicações do Sr. E, retoma a palavra: O Sr. E está absolutamente correto. Agora quero fazer uma outra reflexão com vocês. Também não é usual que as empresas comprem e vendam máquinas e equipamentos todos os dias, ou mesmo todos os meses. Portanto, o principal fator que afeta o caixa é o lucro ou prejuízo operacional, o que chamamos de Resultado Operacional.
- Sra. V buscando reforçar o aprendizado, arrisca: Quer dizer que a formação de caixa pode ser expressa através da fórmula: Resultado de Caixa = Resultado Operacional – Variação da NCG?
- Mr. D, muito contente com as conversas da reunião, responde: Muito bom Sra. V. Vou apenas fazer um pequeno ajuste na fórmula: Resultado de Caixa Operacional = Resultado Operacional – Variação da NCG. Incluí a palavra “Operacional” porque separamos a movimentação do caixa em dois grupos. Um deles está relacionado às entradas recebidas dos clientes e aos pagamentos dos gastos com a operação, como fornecedores de matéria-prima, impostos, salários, aluguel, entre outros.
- Sr. P que ouvia tudo atentamente resolve se pronunciar: Interessante. Assim fica muito mais fácil para tomar decisões.
- Sr. E também resolve se manifestar: Exatamente. No outro grupo, que se refere às movimentações do Negócio, são consideradas as entradas e saídas relacionadas a investimentos e desinvestimentos, captações e amortizações de empréstimos, aportes e distribuições de resultados. E, com isto, podemos completar a equação que a Sra. V e o Mr. D acabaram de mencionar: Resultado Líquido de Caixa = Resultado Operacional de Caixa + Outras Entradas no Caixa – Outras Saídas do Caixa.
- Mr. D já querendo encaminhar o encontro para o fim, reassume a liderança da reunião: Gerar Caixa a partir da operação está diretamente ligado às nossas decisões que visam proporcionar experiências tanto para nossos clientes, quanto para nossos colaboradores. Enquanto formação Líquida de Caixa, envolve decisões relacionadas à capacidade de produção, de vendas e de entrega.
- Mr. D continua: Pessoal lembram que comecei a reunião alertando que, se a Variação da NCG continuar crescendo mais que o Resultado Operacional, poderemos enfrentar um problema de caixa em breve? Portanto, gostaria de propor que, na próxima reunião de resultados, cada um de vocês compartilhe o que está fazendo para incrementar o lucro e reduzir a NCG. Pode ser?
Todos concordam e já foram se levantando, sinalizando o fim da reunião.
Marcelo Simões Souza
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