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As empresas brasileiras precisam cuidar melhor do seu caixa.

Este Incrementando foi criado como um meio para vivermos nosso propósito:

HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.


Estes dias fui a uma palestra de uma economista sobre o cenário macroeconômico brasileiro, e dentre as várias situações e tendências citadas por ela (que por sinal, nada diferente do que vem sendo dito pelas mídias), uma reforçou algo que a um certo tempo vem me preocupando: “...as empresas brasileiras estão muito endividadas...”.

 

Lembram quais são as duas variáveis financeiras que compõem o caixa? Lucro e NCG (Necessidade de Capital de Giro). Muito bem, essa amostragem vem das empresas, dos índices que publicamos, nos últimos vinte e quatro meses geraram um lucro operacional de 9,0%. Com a minha experiência de 24 anos analisando resultados de empresas, posso afirmar que é um número bastante razoável. Mas, apesar disto, pioraram ainda mais seus saldos bancários negativos em aproximadamente R$ 1,5 milhões.

 

O que aconteceu? Foram 9,9% do lucro gastos com pagamento de juros, quase que na sua totalidade para instituições financeiras. Mais 26,0% foram investidos em estoques e clientes, ou seja, de cada R$ 100,00 de lucro gerado, R$ 26,00 foi utilizado para cobrir o aumento da NCG. Os outros R$ 64,00 foram destinados para amortizações de dívidas, investimentos, distribuições de lucro e rescisões (valores não provisionados todo mês, como multa de FGTS por exemplo).

Diante disto então você pode querer me perguntar: então precisamos parar de distribuir resultados e investir? Já que os demais destinos do lucro  são inevitáveis. Pode ser uma possibilidade sim. 

No entanto, até quando uma empresa aguenta sem investimentos? Isto pode inviabilizar o seu futuro. E, o mesmo vale para as distribuições. Até quando investidores vão querer deixar seus recursos numa aplicação sem retorno algum? Apesar de eu acreditar que a principal função de uma empresa é realizar um propósito, também entendo que isto precisa trazer ganhos financeiros, justos, sem excesso.

 

Então o que pode ser feito? Gerenciar melhor a NCG. Sim, é preciso olhar para as outras variáveis. Tentar alongar os prazos de amortizações das dívidas. Planejar os investimentos com mais cuidado, e buscando sempre as opções de financiamentos específicas para esta finalidade. Analisar com a liderança se as demissões estão sendo feitas depois deles terem feito todos os esforços de um líder educador; bem como avaliar se o processo de contratação está de fato identificado que é ou não alinhado.

 

Porém, não tenho visto os gestores de fato administrando a necessidade de capital de giro. Um dado que reforça: no mesmo período, a inadimplência média foi de 20%. Ou seja, um quinto do dinheiro da empresa que está “em poder do cliente”, já deveria estar no caixa. Uma redução de aproximadamente 4% neste índice já seria suficiente para reverter aquele déficit de caixa. A sua empresa tem estratégias e processos para evitar a inadimplência?

 

E os estoques? Sua empresa cuida bem dele? Não é o que tenho visto. A maioria não sabe exatamente o que tem no almoxarifado. As empresas brasileiras precisam gerenciar melhor o caixa. Pois, aqui o credito é caro.




Marcelo Simões Souza


 




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