Este Incrementando foi criado como um meio para vivermos nosso propósito:
HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.
No INCREMENTANDO anterior eu abordei sobre os quatro Pilares da Gestão de Resultados: Modelo, Processo, Visão e Cultura. Estes, são as quatro dimensões dentro de uma empresa que precisam ser desenvolvidas e administradas com o objetivo de transformar os acontecimentos do dia-a-dia em informações, e estas por sua vez se transformarem em conhecimento para que líderes e equipe consigam desenvolver ações que incrementam o lucro e o caixa do negócio.
Portanto, os números podem servir como uma ferramenta que contribui com o aumento dos ganhos econômicos e financeiros. Mas, para isto, é preciso organizá-los e estar constantemente gerenciando e desenvolvendo os quatro Pilares. Já que, nas empresas, na vida, no mundo, tudo é sistêmico. Isto é, tudo que se faz de alguma forma gera um impacto em tudo. No mundo dos negócios, por exemplo, uma decisão que é tomada, sempre, de alguma forma, direta ou indiretamente, afetará a satisfação do cliente, o “clima” da equipe e os resultados econômicos e financeiros. Isto também acontece com os Pilares que sustentam a Gestão de Resultados. O modo como cada um deles é desenvolvido e gerenciado tende a afetar todos os outros, podendo criar um ciclo virtuoso onde os números de fato sirvam como instrumento para apoiar os resultados, ou um ciclo vicioso onde nada disso aconteça. Neste boletim eu vou começar uma pequena série para discorrer sobre o assunto, e dar algumas recomendações de como as empresas devem lidar com essa questão.
A primeira característica do Modelo de Apoio às Decisões Gerenciais, que é o conjunto de indicadores de resultados através do qual as ações são interpretadas, é ser adequado às necessidades das pessoas que irão utilizá-lo. Se, por exemplo, a empresa comercializa portfólios de produtos diferentes para cada cliente, então é essencial conhecer a margem de contribuição por cliente. Outra característica é estar alinhado ao estágio da equipe em relação a “lidar com números”. Não faz sentido ficar analisando o índice de alavancagem financeira, quando as pessoas ainda não se familiarizaram com o ponto de equilíbrio, por exemplo.
Outro cuidado é com a quantidade de indicadores, muitos índices tendem a criar dispersão, deixar as pessoas confusas, sem saber que número analisar e acabam não usando nenhum.
Por outro lado, não pode ser tão enxuto a ponto de limitar a busca pelas causas do que provocou os resultados obtidos. Enfim, quando tudo isto acontece, lideranças e equipes conseguem correlacionar resultados com o que estão realizando, ou seja, desenvolvem a Visão de Resultados. A partir do momento que todos conseguem compreender os resultados, há um incentivo maior para debater sobre o assunto. Portanto, desenvolve-se a Cultura de Resultados. Por fim, na definição do Modelo deve-se levar em conta o sistema operacional existente e suas limitações, e avaliar o custo-benefício da informação. Na escolha do indicador vale a pena sempre fazer algumas perguntas. Qual a dificuldade para apurar? O índice é de fato relevante para o processo decisório? Porque quando essa sinergia ocorre, evita controles paralelos em planilhas eletrônicas e facilita a garantia da qualidade das informações.
Eu tenho dito insistentemente que os números não explicam, eles só indicam. Realmente, isto é uma verdade que comprovo a cada dia. Eu não consigo entender por que todos os anos a “sina” se repete. Na verdade, eu só consigo observar através dos números que, para a maior parte dos negócios, começa a temporada de resultados escassos. Para o segmento industrial isto começa em dezembro (lucro operacional de -4,4%), continua em janeiro, é verdade que com uma ligeira melhora: 2,6% de ganho através da operação. Mas, posso afirmar que, independente do negócio e do volume de vendas, este certamente é um resultado insuficiente para investir, constituir reservas, formar capital de giro e distribuir.
Marcelo Simões Souza
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