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Quer aumentar o caixa? Cuide dos Estoques.

Este Incrementando foi criado como um meio para vivermos nosso propósito:

HUMANIZAR OS NÚMEROS PARA PROSPERAR EM UMA NOVA ECONOMIA.



Todos sabemos que hoje o maior valor de uma empresa são os conhecimentos das pessoas que nela trabalham, que o ser humano é o elemento mais importante no mundo dos negócios, pois são as pessoas que criam e entregam os produtos e os serviços. No entanto, eu quero dedicar este boletim ao maior patrimônio físico da maior parte das empresas varejistas e industriais: os estoques.

 

Eu estou surpreso que nos dias de hoje, quando começamos trabalhar as informações de estoques nos projetos de consultoria que executamos, as imprecisões são bastante significativas, e muito semelhantes às que eu encontrava há 20 anos atrás, quando iniciei a minha carreira de consultor. Os números não “batem” nunca, os inventários são normalmente tratados como uma tarefa chata e secundária e, há até algumas empresas que não possuem nenhuma informação sobre o que está armazenado em seus almoxarifados. Detalhe, não estou me referindo a negócios muito pequenos e nem a empresas que foram recentemente fundadas, ao contrário, empreendimentos com 100, 200 funcionários, faturamentos de vinte, trinta milhões por ano. Por que será que isto acontece? Por que será que gestores e líderes empresariais estão sempre em busca de recursos em instituições financeiras, e não dão muita atenção a uma enorme fonte de recursos que tem na própria operação?

 

Eu tenho constatado que ainda há dificuldade por parte dos gestores, e em alguns casos até desconhecimento, em correlacionar estoques com a liquidez. Via de regra, quando há problemas de escassez de caixa nas empresas, o comum é associar à falta de vendas e/ou baixa lucratividade. Poucas vezes encontrei gestores desenvolvendo Metaprojetos (planos) para atuar com os estoques.

 

Estoques representam um investimento de dinheiro. Enquanto materiais e mercadorias estiverem armazenados nas prateleiras, os valores que foram pagos aos fornecedores não retornam para o caixa da empresa.

O raciocínio é simples: se o prazo médio de giro do estoque for de 150 dias (este, e os demais que vou utilizar neste texto, são médias apuradas em março), isto significa que um boleto de cobrança só é emitido cinco meses depois. E, se o cliente paga em média em 30 dias, isto implica que só depois de 180 dias haverá alguma entrada na conta da empresa, e se os fornecedores concederem 45 dias para que a empresa pague suas compras, então terá que fazer desembolsos 135 dias antes (150 + 30 – 45) do dinheiro entrar. Porém, qualquer negócio precisa de uma estrutura para “atender” clientes, ou seja, também há desembolsos com salários, telefonia etc.

 

Estoques precisam ser gerenciados. Existem alguns motivos para isto, como evitar perdas, necessidade de espaço físico etc., mas o principal está relacionado com a liquidez. Estoques são como aplicações financeiras sem rendimento, então quanto antes for possível resgatar melhor. As empresas precisam saber exatamente o que existe em seus almoxarifados; devem criar Metaprocessos para inventariar estoques periodicamente e, fundamentalmente, todos os envolvidos devem ter a consciência do impacto deste no caixa do negócio. Por outro lado, a liderança deve se responsabilizar por criar estratégias junto às áreas comercial e compras para evitar que o dinheiro fique “empacado” (estoques), e se isto já estiver ocorrendo, transformá-los em dinheiro em caixa.

 

Agora, eu vou voltar a insistir que as empresas precisam cuidar melhor da inadimplência. Afinal de contas, é muito expressivo possuir 21,2% em atraso de tudo que tem a receber.




Marcelo Simões Souza

 



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